Invista na cadeia de valor da alimentação
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A erradicação da fome é o 2.º dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável.
De acordo com as Nações Unidas, é expectável que já em 2022 a população mundial atinja os 8 mil milhões de pessoas. E toda esta população precisa de ser alimentada. Aliás, a erradicação da fome é o 2.º dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável definidos por aquela instituição, que abarca também a questão da segurança alimentar, a melhoria da nutrição e a promoção da agricultura sustentável.
Assim, o setor agrícola está cada vez mais sob os holofotes dos investidores, dos governos e das instituições. Do lado da procura, tem que dar resposta a um aumento populacional mundial significativo (+21% desde 2005); a alterações nos hábitos alimentares, nomeadamente a um aumento do consumo de carne (+31% desde 2005); ao aumento do rendimento disponível para alimentação, particularmente nos países emergentes (crescimento de 9%-10% dos rendimentos familiares), à crescente urbanização (e a sua tendência para aumentar rendimentos e retirar empregos à agricultura) e acomodar o impacto das alterações climáticas, nas quais se destaca a cada vez mais frequente ocorrência de secas, a perda de terras aráveis por erosão e o empobrecimento dos solos.
O crescimento da produção agrícola é resultado de uma série de desenvolvimentos e inovações
Do lado da oferta, é inegável o crescimento que a produção agrícola tem registado nos últimos anos (+53% desde 2000). É o resultado de uma série de desenvolvimentos e inovações, das quais se destacam a proteção de sementes e de culturas, mais resistentes a pestes e com maior tolerância ao calor, sendo otimizadas para determinadas condições climatéricas, ou a agricultura vertical, desenvolvida em estufas, com um melhor aproveitamento do espaço cultivável. Também a incorporação das novas tecnologias na agricultura, como a inteligência artificial e tratamento de informação, com contributos importantes para melhorar aplicações, tratamentos, monitorização e colheitas das várias culturas, tem apresentado soluções para melhorar a produtividade agrícola e promover uma melhor gestão de recursos.
Entre os desafios enfrentados pelo setor, acrescenta-se ainda as questões de substituição de proteínas, nomeadamente para a carne (estima-se que este mercado cresça entre 7-10% anualmente entre 2021 e 2027) e do desperdício alimentar (aproximadamente 17% da produção agrícola mundial total em 2019 foi desperdiçada).
Aliados ao sector da agricultura, existem outros sectores essenciais e relevantes para o desenvolvimento da alimentação e nutrição. De um lado, temos empresas que fornecem serviços e produtos que procuram melhorar a qualidade do produto final, bem como a educação em nutrição e métodos de produção em zonas de reduzidas condições económicas. Por outro lado, empresas de transportes e distribuição, bem como de combustíveis, permitem que bens agrícolas sejam adequadamente transportados e distribuídos. É igualmente necessário que estas empresas procurem ser sustentáveis na sua atividade para além do serviço que fornecem.
Assim, todo este ecossistema associado à agricultura e à nutrição acaba por incluir um leque alargado de atividades:
Produção de produtos agrícolas, de equipamentos agrícolas e de maquinaria;
Fertilizantes e químicos agrícolas, e produção de sementes;
Processadores e distribuidores, operadores de caminhos de ferro e de portos;
Produtores de proteínas (carne de vaca, de galinha e de porco), pesca e aquacultura;
Embalagens alimentares, retalhistas alimentares, cervejeiras e produtores de bebidas alcoólicas e não alcoólicas, restaurantes e supermercados.
São vários os argumentos que tornam este tema de investimento incontornável no contexto atual. Por um lado, o sector agrícola é um bom diversificador numa carteira de investimento, na medida em que as ações de empresas deste setor tendem a depender menos do desenvolvimento do PIB global (menor correlação). Por outro, o setor agrícola confere algum grau de proteção face ao ambiente de maior inflação que vivemos. Por fim, os desafios que enfrenta (alterações climatéricas, aumento de produtividade, sustentabilidade, aumento populacional) colocam um leque de oportunidades para explorar em cima da mesa dos investidores.