"Dezembro cinzento não ofusca o 2024 de Wall Street "
Para que não perca de vista o que de mais importante se passou neste mês, destacamos de forma sucinta os principais acontecimentos que marcaram a economia global e os mercados financeiros.
BCE: Corta Taxa Facilidade Depósito para 3% e sinaliza novos cortes. Projeções do IPC e PIB revistos em baixa para 2,5% e 0,7% em 2024 e 2,1% e 1,1% em 2025, respetivamente.
Fed: corta os juros em 0,25%, mas sinaliza apenas dois cortes em 2025.
Congresso EUA: Aprovou medidas para evitar o shutdown até 14 de março (mas não inclui o aumento do teto da dívida pretendido por Trump).
Inflação
Programa inflacionista de Trump e a possibilidade do BCE não descer taxas com a rapidez desejada, prova que o “monstro” não foi ainda domado pelos banqueiros centrais. A inflação impactou no comportamento das obrigações em 2024 e das ações em dezembro. Veremos o que nos espera em 2025.
Ao nível da economia global, o mês foi marcado pelos seguintes fatores e acontecimentos:
EUA: A inflação associada ao consumo (PCE) de novembro, a predileta da FED, subiu 2,4% YoY (vs. 2,5% estimados). O rendimento e as despesas das famílias variaram marginalmente (-0,10% MoM). O ISM industrial subiu em dezembro de 48,4 para 49,3, acima do esperado.
ZONA EURO: Os índices PMI de dezembro sinalizam aceleração nos serviços (de 49,5 para 51,4). O índice compósito subiu de 48,3 para 49,5 (abaixo dos 50 dado a contração na indústria).
CHINA: No mês de dezembro, o PMI industrial registou o valor de 50,1 (vs. 50,2 estimados e 50,3 em novembro). O PMI de serviços registou 52,2 (vs. 50,2 esperados e 50 em novembro).
O acompanhamento da evolução dos mercados financeiros, a par da diversificação de investimentos, é um pilar base para a construção de uma carteira de investimentos adequada. Saiba resumidamente o que marcou os diferentes mercados este mês.
AÇÕES: Mês negativo para os principais índices globais com o MSCI World a deslizar quase 2,5%. As ações dos EUA e Europa foram penalizadas pela subida das yields da dívida pública. No entanto, o Nikkei valorizou 4,41%, dado o iene fraco ter apoiado as perspetivas de lucro para as indústrias japonesas exportadoras. Os índices chineses tiveram também um mês com volatilidade mas positivo, beneficiando do anúncio de novas medidas de política fiscal mais proativas e maior flexibilidade na política monetária. O Brasil confirmou um ano de queda de 2 dígitos, refletindo o desapontamento dos investidores com as medidas do governo para cortar a despesa pública.
OBRIGAÇÕES: As yields da dívida subiram consideravelmente nos dois lados do Atlântico Norte. A persistência das preocupações com a inflação nos EUA e com a a possibilidade de o BCE não flexibilizar a política monetária com a rapidez suficiente, alteraram o posicionamento dos investidores.
CÂMBIOS: Destaque do mês vai para a tendência de apreciação do dólar, que ocorre desde a vitória de Trump. Este movimento reflete a convicção que as medidas da nova Administração deverão manter a inflação e juros mais elevados.
MATÉRIAS-PRIMAS: Mês de valorização para o petróleo, face às preocupações com o seu fornecimento global. Atingiu máximos desde meados de outubro, mas manteve-se praticamente inalterado em 2024. O ouro teve um mês sem grandes alterações, mas valorizou 27% em 2024.
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