"Janeiro: Regresso à imprevisibilidade de Trump e a DeepSeek foi a surpresa"
Para que não perca de vista o que de mais importante se passou neste mês, destacamos de forma sucinta os principais acontecimentos que marcaram a economia global e os mercados financeiros.
BCE: Corta juros em 25 bps dado fraco crescimento económico e abrandamento da inflação na Zona Euro.
Fed: Não cortou juros devido ao crescimento económico sólido, mercado de trabalho saudável, desaceleração da desinflação e incerteza política.
Administração Trump: Impôs tarifas de 25% sobre parte das importações do México e Canadá e de 10% sobre outras da China. Canadá respondeu com 25% sobre parte das importações dos EUA.
Elevada Volatilidade
A sua receita foi manter a incerteza de 2024 e juntar a imprevisibilidade de Donald Trump com a surpresa do efeito da DeepSeek. O melhor remédio para digerir a elevada volatilidade é manter o foco na análise fundamental, diversificar e alongar o horizonte temporal dos investimentos.
Ao nível da economia global, o mês foi marcado pelos seguintes fatores e acontecimentos:
EUA: PIB cresceu 2,8% em 2024 (vs. 2,9% em 2023). IPC de dezembro subiu para 2,9% YoY. O Core, inesperadamente, caiu para os 3,2% YoY. Emprego de dezembro teve uma criação líquida de 256 mil postos de trabalho (vs. 212 mil em novembro). ISM industrial subiu em dezembro de 48,4 para 49,3 pontos, acima do esperado.
ZONA EURO: O PIB estagnou no Q4 2024. devido ao fraco desempenho de Alemanha e França. PMI Compósito de janeiro subiu p/ 50,2 pontos, com alívio da contração da atividade na indústria. A inflação subiu para 2,4% YoY em dezembro.
CHINA: Em 2024 o PIB cresceu 5% YoY (em linha com as previsões das autoridades).
O acompanhamento da evolução dos mercados financeiros, a par da diversificação de investimentos, é um pilar base para a construção de uma carteira de investimentos adequada. Saiba resumidamente o que marcou os diferentes mercados este mês.
AÇÕES: Mês positivo com a primeira surpresa a ser a Europa (+7,1% MoM) a superar os EUA (+2,8%), assim como as ações Value (+4,5%) a superarem as Growth (+2,6%). A segunda surpresa foi a chinesa DeepSeek, concorrente da ChatGPT dos EUA, a apresentar custos muito inferiores (e.g. menor consumo de energia e chips menos sofisticados) e em open source, o que gerou dúvidas na valorização das principais empresas tecnológicas dos EUA. O resultado foi um sell-off neste setor na última 2ª feira de janeiro. Contudo, a maioria das empresas e setores no S&P 500 valorizaram, suportando a ideia de um mercado mais equilibrado e menos enviesado a tecnologia.
OBRIGAÇÕES: 2025 iniciou com as yields a subir, face à preocupação com as medidas inflacionistas de Trump, numa economia dos EUA já muito resiliente. No final do mês, períodos de risk off acionista foram benéficos para as obrigações, além da inflação dos EUA de dezembro ter sido mais suave que o esperado. O Bloomberg Global Aggregate Bond Index subiu 0,6% em janeiro, com spreads de crédito mais reduzidos.
CÂMBIOS: Muita volatilidade face ao turbilhão de mudanças económicas, tensões comerciais e mudanças políticas. No saldo final mensal, destaque para a valorização do iene após subida dos juros pelo Banco do Japão.
MATÉRIAS-PRIMAS: Petróleo beneficiou de novas sanções à Rússia e do inverno rigoroso. A ameaça das tarifas alfandegárias dos EUA valorizaram os metais preciosos e industriais.
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